A prática de mindfulness pode ser muito útil para pessoas com TDAH.
Um estudo publicado no Journal of Attention Disorders avaliou a viabilidade, a aceitação do tratamento e a eficácia preliminar da prática. É importante ressaltar que não substitui tratamento e acompanhamento médico.
Em que consiste a prática do Mindfulness?
É um conjunto de técnicas práticas, possíveis e cientificamente comprovadas que te ajudam a focar no momento presente, sem deixar o passado ou o futuro te afetarem, tornando sua mente mais desperta e saudável, sendo sua aliada.
O objetivo do mindfulness é sair desse estado de falta de consciência e viver uma vida consciente do momento presente, dos seus sentimentos e sensações.
Como funciona?
Se a relação imediata entre mindfulness e TDAH que fazemos é sobre foco e atenção, os estudos mostram que os benefícios da prática vão muito além desses aspectos. Pesquisas científicas indicam que a prática faz a amígdala (estrutura responsável por nossas reações emocionais) ficar menos ativada, ao mesmo tempo em que ativa mais o hipocampo e o pré-frontal (estruturas ligadas à memória e à capacidade de concentração). Com melhor regulação emocional, memória mais ativada e mais concentrado, quem sofre de TDAH consegue realizar com mais naturalidade atividades que normalmente seriam mais difíceis.
As pesquisas indicam que, ao praticar mindfulness, crianças ou adolescentes com TDAH e seus pais apresentam melhoras em variados aspectos, com benefícios para toda a família. Para os diagnosticados com TDAH, a prática de mindfulness traz benefícios cognitivos, psicológicos e sociais, como sublinham Secanell e Nuñez, em um estudo de 2019.
Os adolescentes com TDAH praticantes conquistam mais foco e atenção estimulando a autoconfiança e amenizando as emoções intensas.
É um benefício em cadeia, que no caso dos adolescentes permite ainda melhorar outros aspectos: perceber em quais atividades precisam de ajuda e o que poderia ajudá-los a permanecer mais tempo realizando uma só tarefa. Tendo essa consciência, os adolescentes ganham autonomia para pedir ajuda naquilo que de fato precisam. Além disso, os incentivará a prestar mais atenção em si mesmos, ajudando-os a compreender melhor como lidar com suas emoções, identificando-as antes que elas se tornem intensas e mais difíceis de controlar.
Gerenciando emoções.
Ter o mindfulness como aliado para lidar com as emoções, não significa reprimi-las. Pelo contrário, permite que saibamos que as emoções vêm e vão, naturalmente. E que para ter uma relação mais saudável com elas, basta que as deixemos ir, assim como podemos deixar ir os pensamentos que tiram nosso foco do que é realmente importante.
Treinar essa atitude compassiva (consigo mesmo e com os outros), e ser gentil para trazer de volta o foco e a atenção ao que realmente importa naquele momento, é fundamental para o adolescente diagnosticado com TDAH, pois reconhece sua autocrítica excessiva, nomeia suas próprias emoções e cria estratégias para realizar aquilo que ele precisa.
A falta da concentração para realizar algumas tarefas não significa incapacidade de realizá-las. E, quando o adolescente descobre em si mesmo essa capacidade, aumenta a autoestima e diminui o medo e o estresse. Com mais autoconfiança e calma, menos ansioso e impulsivo. E assim estabelece-se um círculo virtuoso que beneficia não apenas o adolescente diagnosticado com TDAH, mas também a família, os professores e os amigos, que percebem que ele tem condições de realizar tudo o que desejar.
Fonte: jb
Saiba mais sobre TDAH C L I C A N D O A Q U I
Equipe TDAHSaberMais